Deficiência Visual na Infância

cega

A capacidade de ver proporciona descobertas, caminhos e segurança. Permite a proteção ao perigo, orientação no espaço, o conhecimento visual do Eu, das outras pessoas, das cores, da natureza, dentre outras.

A visão desempenha um papel predominante nos primeiros anos de vida.

O relacionamento com o mundo exterior é feito principalmente através da visão, de modo que qualquer anormalidade pode levar à dificuldade no aprendizado, no relacionamento social e diminuição do rendimento das atividades físicas e intelectuais.

Privados da visão, os bebês cegos congênitos (desde o nascimento), ao completarem um ano de idade poderão apresentar um atraso no desenvolvimento global de aproximadamente 4 meses.

 

A CRIANÇA DEFICIENTE VISUAL E A FAMÍLIA

A chegada de uma criança cega ou deficiente visual provoca uma série de alterações nos hábitos da família, mudando seus projetos de vida.

Com o nascimento deste filho, a mãe vive um momento de perda, perda do sonho e luto pelo filho que merece as mesmas chances na vida que qualquer outra pessoa e por aquilo que ele talvez nunca possa vivenciar.

A criança deficiente ou diferente pode ser rejeitada dentro da própria família. Mesmo que não se trate de rejeição manifesta, ela pode sofrer emocionalmente, fazendo com que procure atrair as atenções e se torne destrutiva e manipuladora.

 

A RELAÇÃO DA MÃE COM O DEFICIENTE VISUAL

Se pensarmos que um dos meios de comunicação entre mãe/bebê é o olhar, quando isto não é possível causa grande desconforto emocional. A mãe precisa ser orientada quanto aos diferentes meios de comunicação com seu filho deficiente, diferente.

Neste período, em muitos casos, a mãe deixa de embalar seu filho para ninar, deixa de cantar para ele dormir. Estas mudanças no comportamento da mãe, em muito influenciam o desenvolvimento da criança.

O impacto da descoberta da deficiência pode causar uma ruptura nos estágios iniciais de desenvolvimento do vínculo mãe/filho, muitas vezes interferindo no papel normal da mãe, podendo esta reação causar maiores danos do que a própria deficiência.

 

QUANDO COMEÇAR O TRATAMENTO?

Logo após o nascimento é fundamental o diagnóstico para se avaliar a possibilidade de reabilitação visual. As doenças oculares devem ser tratadas precocemente no recém-nascido.

O trabalho de intervenção com estas crianças não visa apenas o aspecto visual e sim uma estimulação global baseada no desenvolvimento psicomotor.

As crianças deficientes, quando não trabalhadas precocemente, tendem a apresentar sérios comprometimentos motores e cognitivos (no aprendizado).

O terapeuta ocupacional através da brincadeira favorece condições à criança de usar as mãos na manipulação de diferentes objetos, dificultando o aparecimento de cacoetes (maneirismos).

Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades; desenvolvendo a partir daí a aprendizagem, o pensamento, a linguagem, a concentração e a atenção.

Brincar é essencial à saúde física, emocional e intelectual da criança, contribuindo desta forma para o equilíbrio do futuro adulto.

A família só terá condições de seguir as orientações dadas para a estimulação de seu filho, quando esta o aceita com suas diferenças, dificuldades e consegue ver suas potencialidades, cabendo ao terapeuta o papel de favorecer condições para que este processo ocorra.

 

Voltar ao Índice do Aprenda com a Clínica(Clique aqui!)